O Tenentismo foi o nome dado ao movimento político-militar, e à série de
rebeliões de jovens oficiais de baixa e média patente do Exército Brasileiro no
início da década de 1920, descontentes com a situação política do Brasil.
Propunham reformas na estrutura de poder do país, entre as quais se destacam o
fim do voto de cabresto, instituição do voto secreto e a reforma na educação
pública.
Os movimentos tenentistas foram: a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana em
1922, a Revolução de 1924 a Comuna de Manaus de 1924 e a Coluna Prestes.
A sucessão ao governo estadual de Pernambuco, onde houve a intromissão de
Hermes da Fonseca e sua consequente prisão, precipitaram a revolta do Forte de
Copacabana em 1922. Tal movimento não possuía uma proposta definida, tendo
conteúdo mais corporativista, de defesa da instituição militar. Deflagrava-se o
Tenentismo.
O movimento tenentista não conseguiu produzir resultados imediatos na
estrutura política do país, já que nenhuma de suas tentativas teve sucesso, mas
conseguiu manter viva a revolta contra o poder das oligarquias, representada na
Política do café com leite. No entanto, o tenentismo preparou o caminho para a
Revolução de 1930, que alterou definitivamente as estruturas de poder no país.
O Movimento Tenentista surgiu nos quartéis espalhados em todo território
nacional a partir da década de 1920. Segundo Paulo Assiz Pinheiro em
"Estratégias da Ilusão" em 5 de julho de 1922 ocorre a primeira
revolta que tem uma forte influência dos tenentes, conhecida como os 18 do Forte,
que se opunha à posse do presidente eleito Arthur Bernardes. Os revoltosos,
além de contestarem as bases da República Velha também estavam inconformados
com a demissão do Marechal Hermes da Fonseca da presidência do clube militar.
Revolta dos 18 do Forte de Copacabana
A Revolta dos 18 do Forte, também conhecida como Revolta do Forte de
Copacabana foi iniciada em 5 de julho de 1922 e encerrada no dia seguinte, na
cidade do Rio de Janeiro, então capital do Brasil. Foi a primeira revolta do
movimento tenentista, no contexto da República nova brasileira.
Segundo a tradição, foi concluída com uma marcha heróica feita por 17
militares e 1 civil que reivindicavam o fim das oligarquias do poder ,
combatendo 3000 homens das forças governamentais.
O levante, que foi planejado com proporções muito maiores, teve como
motivação buscar a queda da República Velha, cujas características oligárquicas
atreladas ao latifúndio e ao poderio dos fazendeiros se opunham ao ideal
democrático vislumbrado por setores das forças armadas, em especial de baixa
patente como tenentes, sargentos, cabos e soldados.
evento considerado o estopim para a revolta teve origem na disputa
eleitoral de 1921 para o cargo de presidente da república. Durante o período,
cartas ofensivas ao Exército e ao Marechal Hermes da Fonseca,3 supostamente assinadas
pelo candidato Arthur Bernardes tornaram-se públicas.
Isso resultou em discussões que culminaram com fechamento do Clube Militar
e a prisão do Marechal Hermes da Fonseca, então seu presidente4 , no dia 2 de julho5
.
O descontentamento entre os militares era crescente. Diversas unidades do
Rio de Janeiro se organizaram para realizar um levante no dia 5 de julho de
1922 contra o presidente em exercício Epitácio Pessoa (representante da
oligarquia que dominava o país) e Arthur Bernardes que assumiria o cargo em
novembro.
No entanto, apenas o Forte de Copacabana, localizado na ponta direita da
praia de Copacabana, sob comando do Capitão Euclides Hermes da Fonseca, filho
do Marechal, e a Escola Militar se revoltaram, e foram, dessa forma, facilmente
combatidos. Apesar da posição contrária à política café-com-leite, os militares
de alta patente acabaram por não aderir ao movimento. A informação chegara até
o governo que tratou de trocar os principais comandos militares da capital.
Durante toda a manhã do dia 5, o forte sofreu bombardeio da Fortaleza de
Santa Cruz da Barra, que fica do lado oriental da barra da Baía de Guanabara,
mas os 301 revolucionários (oficiais e civis) mantiveram-se firmes até que, as
4h da manhã do dia 6 , Euclides Hermes e o tenente Siqueira Campos sugeriram
que desistissem da luta aqueles que quisessem: apenas 29 decidiram continuar.
Para tentar uma negociação, o Capitão Euclides Hermes saiu da fortaleza,
mas acabou preso.
Os 28 restantes continuaram resistindo. Repartiram a bandeira em pedaços,
guardando o do Capitão Euclides Hermes , e marcharam pela Avenida Atlântica em
direção ao Leme. Alguns, porém, se dispersaram.
Apenas 17 militares continuaram e partiram em marcha em direção ao Leme e a
eles se juntou um civil, Otávio Correa. Eles foram finalmente derrotados em
frente à Rua Barroso (atual Siqueira Campos), na altura do Posto 3 de
Copacabana.
Debelada a revolta ressurge o movimento armado em 5 de julho de 1924 em São
Paulo. O qual consegue dominar a capital do estado e é dirigido pelo General
Isidoro Dias Lopes. Essas tropas tenentistas retiram-se da capital de São
Paulo, mas de armas na mão. Percorrem todo o interior do Brasil, no Rio Grande
do Sul receberam a adesão de novos sublevados, como a do Capitão Luís Carlos
Prestes. Quando passaram pela Paraíba enfrentaram as tropas do Padre Aristides
Ferreira da Cruz, chefe político de Piancó, o qual é derrotado e assassinado. A
esta altura participam entre outros, Djalma Soares Dutra, Juarez Távora,
Cordeiro de Farias, João Alberto e Miguel Costa. Na sua maioria eram tenentes
ou patentes mais graduadas.
A Coluna Prestes, como passou a ser chamada, após dois anos de luta enfrentando
tropas governistas e tropas de Polícias Estaduais, além de “Provisórios”
armados às pressas no sertão do nordeste. Passaram dois anos, sempre se
deslocando de um lugar para outro e terminaram se internando na Bolívia.
O Tenentismo passa a
participar da Aliança Liberal em 1929 com exceção de Luís Carlos Prestes. A
Aliança Liberal era formada pelos presidentes de Rio Grande do Sul, Minas
Gerais e Paraíba. A Aliança pregava a justiça trabalhista, o voto secreto e o
voto feminino.
O Tenentismo em sua grande
maioria apoiou este movimento e, depois da vitória e posse de Getúlio Vargas,
vários tenentes se tornaram interventores. Luís Carlos Prestes não apoiou o
movimento de 1930 pois aderira ao comunismo em maio daquele ano. Siqueira
Campos que seria um dos líderes falecera em acidente aéreo também em 1930. Este
foi o caso de Juracy Magalhães na Bahia, Landri Sales no Piauí, Magalhães
Almeida no Maranhão e Magalhães Barata no Pará, entre outros. O Tenentismo
continua presente na vida pública nacional, mas tem uma divisão nessa época,
uma minoria acompanha Luís Carlos Prestes e em 1937 a outra divisão no
tenentismo, uma parte rompe com o Presidente Getúlio Vargas e passa para a
oposição, é o caso de Juracy Magalhães, Juarez Távora, Eduardo Gomes, que se
distanciam do poder. Alguns deles como Newton de Andrade Cavalcanti e Ernesto
Geisel participaram da deposição de Getúlio Vargas em 1945.
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