Período Védico
A trajetória da civilização indiana tem início em 3300
a.C., período em que se encontram vestígios de um dos mais antigos centros urbanos
formados nas proximidades do Rio Indo, as cidades de Harappa e Mohenjo Daro. No
século XVIa.C., o território indiano foi alvo da ocupação de uma série de
tribos nômades provenientes da região do atual Irã, comumente conhecidas como
árias. Entre outras regiões, os árias controlaram porções do território onde a
civilização hindu fixou marcantes traços da cultura indiana.
Esse período de ocupação marcou o início do Período
Védico, que vai de 1500 a.C. até 500 a.C.. As grandes fontes documentais que
narraram a história indiana nessa época são um conjunto de hinos religiosos
conhecidos como Vedas. Esses hinos, todos eles escritos em sânscrito, se
dividem em quatro partes: “Atharva-Veda”, “Sama-Veda”, “Yajur-Veda”, e
“Rig-Veda”.Outra fonte de conhecimento histórica também é encontrada nos
“Brahmanas Upanichades”, que relatam o momento em que a civilização indiana
conquista a Planície Indo-Gangética. Além de fazer menção à formação e expansão
indiana, esses documentos também são de grande proveito na compreensão das
influências culturais que dá origem à sociedade hinduísta. É justamente quando observamos
a organização da sociedade indiana em castas. O sistema de castas foi criado
pelos sacerdotes brâmanes e tornou-se uma das bases da religião hindu. Essa
forma de organização social só foi oficialmente abolida pela Constituição
indiana em 1950. No entanto, apesar de proibido por lei, o sistema ainda
sobrevive nos dias de hoje, principalmente nas áreas rural da Índia. As castas
organizaram a sociedade indiana durante vários séculos. Dentro desse modelo, a condição
de um indivíduo é determinada pelo seu nascimento. Em cada uma das castas
observamos o direito nato de exercer determinadas profissões definidoras do
prestígio e da posição social. A casta superior é ocupada pelos brâmanes,
líderes religiosos do povo indiano. Em contrapartida, a casta inferior é
formada pelos párias, pessoas incumbidas de serviços considerados degradantes.
O sistema de castas (Varna) indiano é dividido de acordo
com a estrutura do corpo de Brahma. As quatro principais castas são:
•A boca (Brâmanes) representa os sacerdotes, filósofos e
professores;
•Os braços (Xátrias) são os militares e os governantes;
•As pernas (Vaixás) são os comerciantes e os
agricultores;
•Os pés (Sudras) são os artesãos, os operários e os
camponeses.
A " poeira sob os pés" não foram originados do
corpo de Brahma, por isso não pertencem às castas, mas tem um nome: são os
Dalit ou párias,
chamados de intocáveis (a quem Mahatma Gandhi deu o nome de Harijan,
"filhos de Deus"). Com o passar do tempo, vem acontecendo centenas de
subdivisões, que não param de se multiplicar.
No século VI a.C., o Período Védico é marcado por
intensas transformações nos campos religioso e intelectual. É nessa época que
notamos a profunda transformação empreendida por dois grandes líderes religiosos:
Siddhartha Gautama e Mahavira. Ambos pregavam uma prática religiosa marcada
pelo ascetismo e a constante reflexão espiritual. Siddharta Gautama foi
responsável pela criação do budismo e Mahavira o precursor do jainismo.
Império
Mauria
No século seguinte, os hindus (nome pelo qual a
civilização indiana era designada) sofreram com a expansão do Império Persa. Sob
a liderança dos reis Ciro I e Dario I,diversas regiões da atual Índia foram controladas
pelos persas. No século IV a.C.,os macedônicos – liderados por Alexandre, O Grande
– venceram os persas na Batalha de Gaugamela e, dessa forma, passaram a controlar
algumas regiões da Índia como o Porus e Taxila.Com a divisão dos territórios alexandrinos,
um novo império viria a se consolidar na Índia: o Império Mauria.Inicialmente
liderados por Candragupta Mauria, os maurias expulsaram os gregos do território
indiano exercendo controle sobre o território de Mágada. Nos governos de
Bindusara (298 a 272 a.C) e Açoka(272 - 232 a.C), novas regiões vieram a ser
anexadas pela política expansionista patrocinada por esses dois monarcas. No
breve período em que se consolidou na história indiana, o Império Mauria foi
responsável por um considerável número de obras públicas que incentivaram a
agricultura e o comércio. Diversas obras de irrigação possibilitaram o
desenvolvimento de uma próspera economia agrícola rigidamente controlada pelo
Estado. Prisioneiros de guerra e camponeses eram obrigados a explorar terras
pertencentes ao Estado, e as atividades comerciais eram mantidas com os gregos,
persas, malaios e mesopotâmicos. A crise do Império Mauria possibilitou a
invasão de outros povos. No século II a.C., o Reino de Bactria controlou a
porção oriental do antigo Império Macedônico, sob a liderança de Demétrio II.
Em 80a.C., os sakas, povo oriundo da Ásia Central, realizaram a expulsão dos
gregos do território indiano e controlaram a região do Punjab. Nesse período
diversos reinos dividiram a Índia, os andhras, sungas, tâmiles, bharasivas e
kushans.
Depois de um período de grande instabilidade política, a
Índia viveu um novo processo decentralização política com a ascensão do Império
Gupta, no século IV.
O
Império Gupta e a Índia Clássica
Após invasões estrangeiras, a história política do país
conheceu um período de relativa obscuridade, situação que permaneceu até a
ascensão de Chandragupta, fundador da Dinastia Gupta, em 320. Seu filho e
sucessor Samudragupta (c. 340-380), que realizou conquistas no Norte e no Sul,
foi grande protetor das artes e da Literatura. O Império Gupta alcançou seu
apogeu sob Chandragupta II Vikramaditya, filho de Samudragupta, que expandiu
mais ainda o império com a conquista do Reino Saka, de Ujjaim, e outros
territórios. Após os reinados de Kumaragupta I e Skandagupta, o período
imperial dos guptas terminou, embora a família tivesse continuado a governar
com autoridade reduzida durante séculos. O império dividiu-se e surgiram novas
dinastias.
Novas
Invasões e as Rivalidades Dinásticas
No início do séc. VI, os hunos brancos ou eftalitas
conquistaram a maior parte do país. O chefe huno Toramana e seu filho
Mihiragula mantiveram a supremacia até o final do reinado deste último, quando
o gupto Baladitya repeliu os hunos no Ganges. Em 533, Yasodharman restabeleceu
a supremacia hindu na Índia Ocidental. No séc. VII, Harshavardhana (606-647),
de Thamesar, grande protetor das letras e adepto do Budismo, tentou constituir
um império, obtendo êxito apenas na Índia Setentrional. Após a morte de
Harshavardhana, o Norte do país subdividiu-se em diversos Estados,
destacando-se os governantes das dinastias Pala, Sena, Rajpute, Chalukia e
diversas outras. No Sul, além dos chalukias, predominaram os rashtrakutas, e no
extremo sul, os três reinos tâmiles --- Chola, Pandya, e Chera --- foram
tomados pelos palavas, cujo apogeu ocorreu em fins do séc. VI. Os palavas
dominaram até o final do séc. IX, quando cederam lugar ao império dos cholas, os
quais, sob Rajaraja I (985-1014) e seu filho Rajendra (1014-44), controlaram
não apenas o sul da Índia e o Ceilão como enviaram uma expedição naval à
Indonésia e Malaia (atual Maláisia).
Domínio
Islâmico
Primeiro Período. A expansão árabe na Índia iniciou-se
com a conquista do Sind (712), mas somente consolidou-se após a ocupação da
região hoje correspondente ao Afeganistão. Estabelecidos em Ghazni, no final do
séc. X, escravos turcos começaram a realizar incursões no Punjab. Muhmud
(971-1030) estendeu o domínio da Mesopotâmia ao Ganges e da Transoxiana aos
desertos de Rajputana. Os descendentes de Muhmud foram expulsos de Ghazni por
um poder muçulmano rival, os shansabanis de Ghor, e forçados a refugiarem-se no
Punjab. A conquista efetiva veio com o Mahamed de Ghor, que derrotou
definitivamente as forças hindus do soberano Rai Prithwiraj, de Delhi, na
Batalha de Taraori (1192). Após o assassino de Muhamed (1206), um de seus
generais, fundou a dinastia dos reis-escravos, de Delhi. Assim surgiu o
Sultanato de Delhi, que durou até 1526, quando Babur lançou as bases do Império
Mongol.
História
recente
Os ingleses consolidam o domínio do país pelo Reino Unido em 1690, após
guerra com a França. Em 1920 Gandhi desencadeia uma luta nacionalista. A Índia
obtém sua independência em 1947, quando os líderes muçulmanos decidem formar um
estado independente, o Paquistão.
Durante o período da guerra fria a União Soviética apoia Índia, sendo o
Paquistão apoiado pelos Estados Unidos. O primeiro governo independente, até
1964, presidido por Jawaharlal Nehru, é estatizante e de origem socialista..
Os conflitos étnicos continuam. Em 1996, inicia-se uma fase marcada pela
formação e queda de coalizões. O BJP é o partido mais votado nas eleições de
1998.
O triunfo militar das forças indianas em novo embate na Caxemira, em
maio de 99, garante a vitória do BJP e partidos aliados nas eleições de
setembro e outubro. A questão Caxemira continua com grupos muçulmanos na
Caxemira indiana reivindicando a independência da região ou sua anexação ao
Paquistão.
Independência
Em 15 de agosto de 1947, do Reino Unido.
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